Em finais da década de 1970, iniciava no Brasil um lento e gradual
processo de abertura política. Insatisfeitos com a possível volta das eleições
diretas para cargos eletivos, e desejando a permanência do controle militar no
país, os militares da chamada “linha-dura” passaram a realizar uma série de
atentados contra líderes e organizações de oposição ao atual governo.
O mais conhecido destes atentados ocorreu no Riocentro, em 30 de
Abril de 1981, no Bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Aconteceria naquela
noite um evento em comemoração ao Dia do Trabalhador, e teria a presença de
vários artistas, entre eles Chico Buarque, Alceu Valença, Gonzaguinha e Gal
Costa, sendo alguns deles destaque na luta de oposição ao governo, tendo
inclusive retornado ao Brasil, somente após a Lei de Anistia de 1979.
Este atentado pretendia explodir três bombas no local, para que
fossem incriminados grupos de esquerda, cessando assim o processo de abertura
política. Porém, o plano não saiu como o planejado e uma das bombas acabou por
explodir dentro de um carro no estacionamento do Riocentro, levando um sargento
a morte e ferindo gravemente um oficial.
Havia no veículo, outra bomba que não explodiu. Mas uma terceira bomba explodiu
na central de energia do evento.
Este episódio enfraqueceu a imagem do governo de Figueiredo, além de ter
sido um grande escândalo na época. O atentado marcou o fim do
embate entre os militares da linha dura e o processo de abertura política.
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