segunda-feira, 19 de maio de 2014

O Milagre Econômino


Entre os anos de 1969 e 1973 o Brasil obteve resultados excepcionais na economia, e por isso este período ficou conhecido como “milagre econômico”. O início deste período se deve desde a década de 30 onde se desenvolveu uma cultura de governo, onde Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek investiram em infra-estruturas para o país. Vargas foi mais protetor e não acreditava que o mercado externo ajudaria no crescimento do país. Juscelino buscou nestas empresas estrangeiras os investimentos necessários para o desenvolvimento do mercado interno.

Os empréstimos obtidos pelo governo brasileiro, comandados por Kubitschek criaram uma dívida externa monstruosa, o déficit na balança preocupava e isso fazia com que a inflação subisse drasticamente. Nesse momento o FMI passou a interferir nas situações econômicas no Brasil.


O governo de João Goulart, sucessor de Jânio Quadros, ficou marcado pela entrada de empresas estrangeiras em terras brasileiras. Em 1964 João Goulart foi deposto e os militares tomaram o poder do Brasil. Assim que assumiram, foi criado um programa de ação econômica do governo (PAEG), o qual tinha como objetivo realizar reformas estruturais e diminuíssem a inflação. Com o tempo a economia se estabilizou, os recursos estrangeiros voltaram a entrar no país.
Delfim Netto, em 1967 foi responsável por investir em empresas estatais, na geração de energia. Esse investimento logo trouxe bons reflexos para o Brasil, gerou muitos lucros e empregos, a industrialização havia chegado ao Brasil. Quando Emília Médici assumiu em 1969, o milagre econômico acontecia, a classe média teve um grande aumento na sua renda e isso agravou uma desigualdade social no país.

Passeata dos Cem mil






Foi permitida pelo governo, depois de inúmeros dias sangrentos, uma manifestação marcada para o dia 26 de junho que teria a vigilância de mais de 10 mil policiais. A manifestação contaria com a presença de estudantes, artistas, religiosos e intelectuais. Eles sairiam pelas ruas do centro do Rio de Janeiro protestando contra a ditadura, os estudantes protestavam contra a privatização do ensino, na época, já sinalizada pelo governo.







O governo abria caminhos para a implementação do ensino particular pago em todos os níveis, incluindo o superior, tendo a tendência de cursos “técnicos” com o objetivo formar mão de obra para as empresas capitalistas, esquecendo a formação de cidadãos.

A passeata dos 100 mil teve seu início às 14 horas, com a presença de 50 mil pessoas, tendo esse número dobrado depois de 1 hora. Depois da passeata, houve uma reunião entre o então presidente Costa e Silva e os universitários Franklin Martins e Marcos Medeiros, na qual foi solicitada a libertação de estudantes presos e o fim da censura.

No mês seguinte, foi proibida pelo governo militar qualquer manifestação pública no país, o que acabou gerando a prisão e mortes de vários estudantes. Em 21 de agosto de 1968, o projeto de Lei de Anistia aos estudantes foi rejeitado pelo Congresso. A legalização da repressão ocorreu através do AI-5, Ato Institucional nº5, em 13 de dezembro de 1968.


Bomba no Riocentro


Em finais da década de 1970, iniciava no Brasil um lento e gradual processo de abertura política. Insatisfeitos com a possível volta das eleições diretas para cargos eletivos, e desejando a permanência do controle militar no país, os militares da chamada “linha-dura” passaram a realizar uma série de atentados contra líderes e organizações de oposição ao atual governo.

O mais conhecido destes atentados ocorreu no Riocentro, em 30 de Abril de 1981, no Bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Aconteceria naquela noite um evento em comemoração ao Dia do Trabalhador, e teria a presença de vários artistas, entre eles Chico Buarque, Alceu Valença, Gonzaguinha e Gal Costa, sendo alguns deles destaque na luta de oposição ao governo, tendo inclusive retornado ao Brasil, somente após a Lei de Anistia de 1979.

Este atentado pretendia explodir três bombas no local, para que fossem incriminados grupos de esquerda, cessando assim o processo de abertura política. Porém, o plano não saiu como o planejado e uma das bombas acabou por explodir dentro de um carro no estacionamento do Riocentro, levando um sargento a morte e ferindo gravemente  um oficial. Havia no veículo, outra bomba que não explodiu. Mas uma terceira bomba explodiu na central de energia do evento.

Este episódio enfraqueceu a imagem do governo de Figueiredo, além de ter sido um grande escândalo na época. O atentado marcou o fim do embate entre os militares da linha dura e o processo de abertura política.



Campanha da Legalidade

 




A Campanha da Legalidade foi um movimento por parte do Rio Grande do Sul, então governado por Leonel Brizola, em apoio à posse de João Goulart.  Jânio Quadros, presidente do Brasil, renuncia ao cargo em 25 de Agosto de 1961. O vice-presidente, João Goulart, que estava em missão oficial na China, deve assumir o posto, conforme prevê a Constituição Federal. Porém os ministros militares vetam a posse de Jango, e Odílio Denys pronuncia-se reconhecendo o Presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzili (PSD), como o novo Presidente do Brasil.

Assim que soube deste acontecimento, Leonel Brizola pronunciou-se apoiando o regime democrático e defendendo a Constituição Federal pedindo a volta de João Goulart ao país. Com isso a Brigada Militar fica em prontidão durante toda a madrugada de 26 de Agosto de 1961, e a população concentra-se na Praça da Matriz, em Porto Alegre, em apoio a Jango. Iniciam os comícios pela Legalidade.
É organizada uma grande força armada, como apoio popular para defender o governo do Rio Grande do Sul e Jango. O povo gaúcho consegue com que João Goulart tome posse da presidência no regime Parlamentarista.



Para entender melhor:

Escola das Américas

A partir de 1964, com a derrubada de Jango e tomada de poder dos Militares, passou a existir o Serviço Nacional de Informações (SNI). O Serviço tinha o objetivo de coordenar as atividades de inteligência e perseguir os inimigos do regime que se estabelecia. Foi através do General Octavio Pereira da Costa, que jovens oficiais conheceram a doutrina de “Operações de Informações”, ou seja, o enfrentamento direto com o perseguido, no qual teriam de buscar a qualquer custo, sem os limites impostos por lei, aquilo que era negado pelo adversário.

Os cursos de Informações do CEP (Centro de Estudos do Exército) começaram em 1966, incentivados pelo crescimento das manifestações de esquerda e com influência comunista. O CEP ensinava os alunos a conduzir interrogatórios, a disfarçar-se, a penetrar em residências sem deixar vestígios e a pensar e agir como guerrilheiros, à paisana, além de estourar “aparelhos subversivos”. Todas essas “aulas” chegaram prontas ao Brasil, vindas do Canal do Panamá, mais precisamente das Escolas das Américas (base militar americana, acusada de treinar atos de repressão na América Latina).


terça-feira, 6 de maio de 2014

Operação Brother Sam



No início da década de 60, o Brasil passava por sérias mudanças na política da nação. Depois de uma longa disputa entre “Legalistas” e Militares, consolidava-se no dia 31 de março de 1964 a transição para o período que ficou conhecido como “Ditadura Militar”. Acreditava-se desde então que teria ocorrido uma suposta assistência norte-americana aos golpistas, porém isso só pode ser provado quase 10 anos depois, onde ocorreu a confirmação da existência de uma operação de auxílio aos Militares, conhecida como Operação Brother Sam.

Operação Brother Sam foi desencadeada pelo governo dos Estados Unidos, com o objetivo de apoiar o golpe de 64 caso houvesse algum imprevisto ou reação por parte dos militares que apoiavam Jango. A operação contava com toda a força militar da Frota do Caribe, liderada por um porta-aviões da Marinha dos EUA e outro de menor porte, além de todas as belonaves de apoio requeridas a uma invasão rápida do Brasil pelas forças armadas americanas.

            Tudo teve início quando João Goulart chegou em Porto Alegre na madrugada de 1º de Abril de 1964, e foi informado de que o governo dos Estados Unidos já havia reconhecido onovo governo brasileiro”. Jango, em Porto Alegre, foi aconselhado pelo General Assis Brasil para que se exilasse no Uruguai. Os EUA obtinham forte influência em toda a América (com exceção de Cuba), mas particularmente, no Brasil, esta era demasiadamente grande. As empresas multinacionais situada em nosso país tinham o domínio de grande parte da infraestrutura que o sustentava, como a geração de eletricidade, o fornecimento de água, de gás, de combustíveis, a indústria de alimentos, de roupas e toda a base da produção nacional. Toda essa influência econômica por parte dos EUA fazia com que preferissem um governo militar e  mais direitistas, e não Jango, que despertava a desconfiança dos americanos por suas “tendências comunistas”.


A Operação Brother Sam nunca chegou a acontecer realmente. Ela só seria colocada em prática caso houvesse a possibilidade explícita de uma guerra civil. Como isso não ocorreu, as tropas americanas foram chamadas de volta no dia 3 de Abril de 1964, com o Golpe Militar já instaurado no Brasil. Como forma de “disfarçar” todo o envolvimento do EUA, Lincon Gordor, chamou esse movimento de “exercício simulado”. Apenas em 1976, houve a comprovação da participação das tropas americanas em apoio aos militares, quando o Jornalista Marcos Sá Correa, do Jornal do Brasil teve acesso a documentos de prova.